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Energias Renováveis Oceânicas: Uma Oportunidade
Eng. José Maria Costa, Deputado, Confrade da CMP-LNP
29/01/2025

Portugal há muito que antecipou a necessidade de apostar nas energias renováveis para fazer face às alterações climáticas e aumentar a autonomia energética nacional. A atualidade – marcada pelas alterações climáticas e a guerra na Ucrânia – demonstram o valor estratégico dessa aposta e justificam que as alterações climáticas e a transição energética sejam um desafio para o nosso país.
Portugal assumiu o compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2050, o que exige um aumento para 47 % do peso das energias renováveis no consumo final bruto de energia, no horizonte de 2030.
A obtenção destes objetivos faz-se em várias frentes, sendo relevante destacar o recurso a fontes de energia renovável offshore, uma vez que temos um grande potencial para a produção de energia renováveis oceânicas. De facto, um dos objetivos da Estratégia Nacional para o Mar 2030 é o de descarbonizar a economia e promover as energias renováveis e autonomia energética.
Portugal neste contexto teve como processo de aprendizagem o projeto pré-comercial WindFloat Atlantic, instalado em 2019 ao largo de Viana do Castelo três plataformas flutuantes de 25 megawatts, cuja preparação dos estudos e trabalhos realizados constituem contributos importantes para as competências e conhecimentos para os novos projetos a desenvolver.
Face ao potencial das fontes de energia renováveis offshore, das sinergias de desenvolvimento social e económico que a apropriação deste potencial representa e da urgência em acelerar o seu desenvolvimento, o governo português anunciou em julho de 2022, na II Conferência dos Oceanos das Nações Unidas que se realizou em Lisboa, a ambição de atingir uma capacidade instalada de eólico offshore de 10 GW em 2030, a ser atribuída através de procedimentos concorrenciais.
Para a concretização desta meta, considera-se essencial a aprovação do PAER, Plano de Afetação das Energias Renováveis, documento já concluído e que aguarda aprovação e o lançamento dos leilões para as áreas marítimas que vierem a ser definidas no Plano de Afetação, em articulação com o quadro de desenvolvimento da Rede Elétrica Nacional.
Os portos são as principais bases para a instalação das bases industriais do eólico offshore e, em Portugal, as administrações portuárias efetuaram um levantamento das áreas disponíveis e identificaram os investimentos a efetuar para adaptarem as atuais infraestruturas aos desafios do offshore.
As dimensões das componentes que constituem os parques eólicos offshore envolve um conjunto diversificado de atividades: conhecimento do fundo do mar, desenvolvimento de projeto de estruturas, construção de plataformas flutuantes, construção de torres, cabos elétricos, subestações de energia, transformadores, diversos componentes elétricos, cabos de amarração, construção de embarcações de apoio e manutenção, sensores, robots e veículos não tripulados.
A aposta no setor eólico offshore constitui uma oportunidade de desenvolvimento portuário em diferentes dimensões, infraestrutura, operacional e na diversificação industrial. O setor metalomecânico e da construção naval encontra uma área de diversificação e de especialização e as empresas ou institutos e centros de investigação podem desenvolver protótipos no domínio da robótica submarina.
Portugal assume um papel fulcral na promoção das energias renováveis oceânicas para o aumento da produção de eletricidade de fontes renováveis, tendo em vista a descarbonização e a autonomia energética de Portugal e da Europa.
Autor: Eng. José Maria Costa, Deputado, Confrade da CMP-LNP