Artigos
Comandante Felipe Costa, Confrade da CMP-LNP
Dra. Teresa Coelho Ex-Secretária de Estado das Pescas dos XXII e XXIII Governos Constitucionais, Confreira da CMP-LNP
Rui Ricardo de Andrade Osório de Barros, Of. MM, Membro da LNP
Eng. José Maria Costa, Deputado, Confrade da CMP-LNP
Eng. Artur Manuel Pires Membro da Direção da CMP-LNP
Afonso Branco Duarte - Cadete do Mar Premiado, Confrade da CMP-LNP
Carlos Menezes
Dr. Rui Pereira Costa
Contra-almirante ECN (Ref.) Victor Gonçalves de Brito
Afonso Branco Duarte - Cadete do Mar Premiado, Confrade da CMP-LNP
Prof. Dra. Guilhermina Rego
Liga dos Reservistas de Portugal
O Crescimento da Náutica de Recreio: As Oportunidades para Portugal
Dra. Teresa Coelho Ex-Secretária de Estado das Pescas dos XXII e XXIII Governos Constitucionais, Confreira da CMP-LNP
18/02/2025

A náutica de recreio é uma atividade tradicional da economia do mar que apresenta elevadas taxas de crescimento em Portugal e que tem um enorme potencial.
Segundo o Relatório da Divisão Náutica da ACAP, de julho de 2024, em maio deste ano encontravam-se registadas um total de 73.765 embarcações, das quais 71.188 pertencem ao recreio e 2.577 às atividades marítimo-turísticas.
No que respeita às embarcações de recreio destaca-se a Capitania do Porto de Aveiro com 7.000 embarcações de recreio e relativamente às marítimo-turísticas na Capitania de Portimão estão registadas quase 400 embarcações.
De 2023 para 2024, o número de novos registos cresceu quase 7% no Balcão Eletrónico do Mar.
De há algum tempo a esta parte tem sido realizado um investimento interessante e uma aposta nesta área, mas ainda temos muito que fazer, pois esta atividade move outras áreas da economia do mar como sejam a construção naval, a restauração, a hotelaria e muitas outras atividades da economia local, contribuindo para a coesão territorial, pois permite alavancar a economia dos territórios de toda a região envolvente das marinas e dos portos de recreio.
Nos últimos anos foi requalificado o Porto de Recreio de Olhão, inaugurado em 2022, que conta com cerca de 800 lugares de amarração, mais 400 do que os que detinha anteriormente e um conjunto de infraestruturas em terra, que permitem aos nautas dispor de um número muito significativo de serviços, o que facilita a sua fidelização. Este investimento já se encontra na ordem dos 9,5 milhões de euros.
Saliente-se que em Olhão existe uma lista de espera de cerca de 1.300 embarcações.
Em Vilamoura foi iniciado em janeiro e inaugurado em novembro de 2024, depois de todos os procedimentos necessários e complexos, mas realizados pelas entidades administrativas de forma muito diligente, a denominada Nova Marina. Trata-se de uma infraestrutura, que inclui três pontões para 68 postos de amarração para embarcações de grande porte, entre 20 e 40 metros. É a única marina em Portugal que permite aos nautas que se deslocam dos países nórdicos para o Mediterrâneo, um lugar para estacionar, que responde a um segmento específico e clientes de excelência.
A marina interior de Faro também foi requalificada há pouco tempo e há projetos ambiciosos para a náutica neste destino.
Em Lagos já foi concessionada a área para a ampliação da marina, que atualmente dispõe de excelentes condições, mas que esta ampliação possibilitará uma reorganização daquele território de forma mais coerente.
Ao longo da costa temos excelentes marinas, como a de Cascais e a de Oeiras, e mais a norte, destaco a marina da Póvoa de Varzim, uma obra recente, mas que é um excelente exemplo de que é possível compatibilizar atividades num mesmo espaço, com benefícios para ambos. A população ganhou com a obra municipal, e graças à visão e persistência do seu presidente, a frente ribeirinha tornou-se num local muito mais agradável do ponto de vista paisagístico, o porto continua a acomodar a pesca e a exercer a sua atividade com normalidade, sendo hoje um porto mais moderno e agregador.
Estes são apenas alguns bons exemplos, mas também há outros menos bons, e, sem dúvida, que nesta atividade há muito por fazer, muitas áreas por requalificar, muitos nautas interessados. Precisamos de mais lugares de amarração, de estacionamento a seco em determinadas zonas, de melhores serviços de apoio.
Há que apostar numa atividade que embora tradicional é, sem dúvida, uma atividade com enorme potencial para se desenvolver no futuro em Portugal, país que reúne excelentes condições para o seu crescimento.
Autor: Dra. Teresa Coelho Ex-Secretária de Estado das Pescas dos XXII e XXIII Governos Constitucionais, Confreira da CMP-LNP